Música: Stone Temple Pilots "renasce" após desintoxicação do vocalista
O mais surpreendente ao ouvir o sexto álbum da banda americana Stone Temple Pilots não é constatar que o quarteto preserva a pegada hard rock que o consagrou.
O mais incrível é que o vocalista Scott Weiland está vivo. E cantando bem. Na faixa "Hickory Dichotomy", por exemplo, berra como garoto.
O grupo foi acusado de copiar o Pearl Jam quando apareceu na cena grunge, em 1992. Mas escutar no novo disco a levada quase Beatles de "Dare If You Dare" ou a pesada "Hazy Daze", que poderia estar em qualquer bom disco do Deep Purple, faz o ouvinte pensar como uma banda tão boa ficou tanto tempo separada.
O álbum, que leva o nome do grupo, é o primeiro desde "Shangri-La Dee Da", de 2001, quando os problemas de Weiland com cocaína e heroína passaram da conta. Os irmãos Robert (baixo) e Dean DeLeo (guitarra) e o baterista Eric Kretz partiram para outros projetos.
Weiland fez dois álbuns solos e foi cantar no Velvet Revolver, que tinha um guitarrista acostumado a cantores problemáticos: Slash, parceiro de Axl Rose no Guns N' Roses. Quem viu os shows do Velvet Revolver no Brasil conferiu de perto seu estado quase morto-vivo.
A reunião do Stone Temple Pilots se deu após a desintoxicação de Weiland e prova que a força do álbum de estreia, "Core", continua viva e segue a mesma receita.
A banda mistura grunge com hard rock setentista. Até aí é o que o Pearl Jam faz, mas Weiland e Robert DeLeo também têm os pés no rock de sucesso radiofônico que ouviam quando moleques, como Cheap Trick e Styx.
Com esse ingrediente, o Stone Temple Pilots não tem medo de soar às vezes como rock de arena, feito um Bon Jovi com menos condicionador no cabelo e mais uísque no estômago e substâncias ilegais nas veias.
O novo álbum tem o lado pop na deliciosa "First Kiss in Mars" e a face pesada na espetacular "Bagman", que pode abrir qualquer "greatest hits" do grupo. Uma grande volta do Stone Temple Pilots.
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